Da excursão que, em companhia de diversos artistas brasileiros, Nora Ney empreendeu, percorrendo diversas repúblicas soviéticas e a China Comunista, trouxe-nos a cantora muita coisa interessante, valendo a pena destacar suas observações pessoais sôbre as tradições e os costumes daqueles povos. Verificou a cantora que a mulher russa não acompanhou a evolução da mulher ocidental, no tocante aos assuntos de beleza e elegância.
“E isso não se justifica, já que as principais revistas de moda feminina de todo mundo chegam até lá. Aliás, é bom que se diga, não podia ser de outra maneira, pois não existe nenhuma ‘cortina de
ferro’. Acontece que está no próprio caráter da mulher russa essa despreocupação a tudo que se refira aos assuntos de beleza. Ela procura se esmerar na profissão que escolheu, de estudar cada vez com mais afinco, para ganhar salários mais elevados e acompanhar o desenvolviemtno técnico do seu país.”
Nora faz um pequeno parêntesis para falar da indústria russa e da atitutde que o povo adota em relação à política: total apatia.
Nora Ney tells about her dream-trip to the Soviet Union in 1958.
E na China?
“O regime imposto por Mao Tsé Tung é novo, tem apenas 10 anos; por isso o país ainda não teve tempo de se estabilizar. Lá há mais pobreza, mas, assim mesmo, as mulheres são mais vaidosas e elegantes. Preocupam-se mais com a estética e a combinação de côres. A chinêsa é mais feminina que a russa.”
E as condições de vida?
“Bem, na China uma operária ganha 60 yens por mês, mas dispende metade de 1 yen no aluguel de uma casa. Um radiozinho custa só 30 yens e o custo-de-vida segue o mesmo ritmo. Na Rússia o salário-mínimo é de mil rublos, mas um aparelho de radio custa 250 rublos, um de TV 500, um quilo de tomate 12, um aluguel de casa 50 rublos – incluindo luz, gas e aquecimento. Na Russia, tudo é barato, à exceção dos legumes e das verduras.”
Pretende voltar lá?
“Pode acreditar: é o meu maior sonho!”
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