Wednesday, April 25, 2012

Marechal Lott na Revista do Radio - 1956




ACREDITA QUE O BRASIL ATRAVESSARÁ 1956 EM PAZ?

Revista do Radio, 3 Março 1956.

RUY REY – Sim, acredito. O ano corrente está com todo aspecto de ser um ano tranqüilo.

NORKA SMITH – Sim, porque acredito na vontade de paz, que em todos os povos é a sua luta.

BENJAMIN WRIGHT – Acredito, porque... deve ser para o bem de todos e felicidade geral da nação.

WILMA FARIA – Claro. Acredito porque tenho confiança no atual Govêrno. Tenho fé no sr. Juscelino.

DOMINGOS MARTINS – Acredito, porque os nossos métodos permitem que possamos chegar ao fim dêsse ano em paz.

OLIVINHA CARVALHO – Com o sr. Juscelino, acho que sim. Será um ano sereno para nós, brasileiros.

JOEL DE ALMEIDA – Tenho tanta fé, como tive na minha marcha carnavalesca. 1956 será um ano maravilhoso.

JULINHA SILVA – Como não? Tenho muitas esperanças no corrente ano, porque acredito no Presidente Juscelino.

GERDAL DOS SANTOS – Acredito. Porque apesar da agitação que vivemos em anos anteriores, 1956 será calmo.

A pergunta tem o sentido de que 1954 fora um ano muito agitado devido às intrigas criadas pela Direita contra o governo eleito do Presidente Vargas, levando-o ao suicídio. Em 1955 houve eleições gerais, elegendo-se presidente o Juscelino Kubistchek, que teve de enfrentar uma tentativa de golpe das mesmas forças reacionárias da chamada ‘Republica do Galeão’, que o General Lott prontamente abafou. Assim, havia, então, um alívio geral dos brasileiros, que viam 1956 com esperança de que a ‘baixaria’ terminasse alí. E parece que tinham razão.


SUA OPINIÃO SOBRE O GENERAL LOTT?

Revista do Radio, 31 Março 1956

VICTOR COSTA – Com honestidade de meu pensamento, o Gal. Lott representa paz e tranqüilidade, para o Brasil.

LIDIA MATOS – Minha opinião é a melhor possível: o Gal. Lott é, sem dúvida, um grande patriota brasileiro.

PAULO ROBERTO – o General Lott continuará merecendo o respeito e admiração de todos os brasileiros.

JACIRA GOMES – O Gal. Lott demonstrou ser realmente um militar bravo e destemido. Um homem honesto.

MÁRIO BRASINI – Será um êrro fatal, se o atual Govêrno retirar o General Lott do Ministério da Guerra.

LÚCIA HELENA – Com sinceridade, não tenho nenhuma opinião formada sôbre políticos e militares. Sou apolítica.

SAINT CLAIR LOPES – O Gal.Lott, é em minha opinião, um militar que sabe honrar e prestigiar a farda que veste.

HELOÍSA HELENA – Em minha opinião, o Gal.Lott é um grande militar! Homem necessário nas horas necessárias.


Note que o General Henrique Teixeira Lott era um militar anti-golpista. Tendo primeiro desmascarado a trama golpista de Café Filho e seus asseclas na crise gerada com o suicídio de Getúlio Vargas [agosto de 1954], o General Lott volta a defender a democracia contra a sanha golpista da UDN, que perdendo a eleição de 1955, quis ‘levar’ no ‘tapetão’, afirmando que Juscelino Kubitschek não teria legitimidade para ser empossado como Presidente pois não havia ganhado maioria absoluta. O General Lott  representava as forças da legalidade contra o golpismo da Direita raivosa, que finalmente conseguiu seus intentos mais sinistros em 1º de abril de 1964.


Marechal Lott durante a campanha Presidencial de 1960, ouve discurso de João Goulart, vice-presidente de sua chapa.



QUE TAL O AUMENTO DOS BONDES?

ODUVALDO COZZI:  Não resta a menor dúvida de que êsse assunto é u’a ‘má parada’ para o Govêrno.

AURORA MIRANDA:  Na América do Norte, quando aumentam 1 ou 2 centavos, preparam o público. Aqui, nem isso!

ÁTILA NUNES:  Veio comprovar o seguinte: não adianta umento de salário, o círculo vicioso continua...

ROSITA GONZALES:  Logo de início sou contra. O pobre não poderá pagar tanto por uma passagem de bonde.

ALTIVO DINIZ:  Se tudo está aumentando, é claro que os bondes também devem aumentar. E vai continuar...

LENITA BRUNO:  Apesar de quase não andar de bonde, acho que as passagens não deveriam subir tanto.

LUIZ VIEIRA:  Em minha opinião, acho um absurdo. Mas, no Brasil os aburdos existem de verdade...

DOLORES DURAN:  As passagens deveriam custar 50 centavos. Os bondes só servem para atrapalhar o trânsito.

JOSÉ TOBIAS:  O bonde é condução de operário. Ele não pderá pagar 2 cruzeiros, ou mais, por uma passagem.

Revista do Radio 23 JUN 1956.




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