Friday, July 6, 2012

EURICO GASPAR DUTRA 1946 Presidente


O novíssimo Presidente Dutra em seu escritório, na capa da revista Carioca de 2 Fevereiro 1946.


Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sendo o candidato apoiado por Getúlio Vargas, e venceu as eleições de 2 de Dezembro de 1945, com 3.351.507 votos, superando, à direita, Eduardo Gomes da União Democrática Nacional (UDN) e , à esquerda, Iedo Fiúza do Partido Comunista do Brasil (PCB).

Para vice-presidente, a escolha recaiu sobre o político catarinense Nereu Ramos, também do PSD, eleito pela Assembléia Nacional Constituinte de 1946. Quando Dutra foi eleito presidente, ainda estava em vigência a constituição de 1937, que não previa a figura do vice-presidente.

Dutra assumiu o governo em 31 de Janeiro de 1946, juntamente com a abertura dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade. O pacto constitucional surgiu do entendimento dos grandes partidos do centro liberal, o PSD e a UDN, embora ali tivessem assento atuantes bancadas de esquerda, como as do Partido Comunista do Brasil - PCB  e PTB. Dutra não interferiu nas decisões, mesmo quando teve seu mandato reduzido de seis para cinco anos, pois fora eleito na vigência da Constituição de 1937 que previra mandato de 6 anos.

O quinquênio presidencial, que começara com a proibição do jogo no Brasil - abril de 1946, entraria no ano de 1948 em sua fase mais característica, marcada pelo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou os mandatos dos parlamentares eleitos pelo PCB - 1947, e depois pela ruptura de relações com a União Soviética em 1948.

Era a Guerra Fria, capitaneada pelos Estados Unidos, dividindo o mundo entre 'comunistas' e 'capitalistas'... O governo de Dutra se pautou pela total aderência ao 'credo' norte-americano. 




Heitor Muniz, diretor da 'Carioca' escreve um editorial esperançoso em relação ao novo Presidente. Mal sabia que o General Dutra seria um pusilânime fantoche nas mãos da Reação nacional e do agressivo Imperialismo norte-americano.


A cara do govêrno do General Dutra: na Justiça, Carlos Luz, futuro golpista;  Neto Campello na agricultura; brigadeiro Armando Trompovski na aeronáutica; o bahiano Hildebrando de Góis como prefeito.


Ministros do govêrno Dutra:  industrial Gastão Vidigal [SP] representa a oligarquia paulista na Fazenda [economia]; o gaúcho João Neves, ex-embaixador em Portugal, no ministério do Exterior; cel. Edmundo Macedo Soares na Viação [?]; Octacílio Negrão de Lima [antigo prefeito de Belo Horizonte-MG] no Trabalho; General Góis Monteiro no ministério da Guerra; almirante Dodsworth Martins na Marinha.


No ministério da Educação o sr. Souza Campos; chefe da Casa Civil o dr. Alfredo Monteiro e na Casa Militar o gal. Alcio Souto.

Cinco ministros militares entre os 14 postos. Isso implica que um terço do governo era composto de militares, mais o chefe de estado, General Dutra. Não aparece me foto o dr. Pereira Lira, no Departamento Federal de Segurança Pública. 


Luz headed the government only two days in November 1955 and was deposed by the Minister of Defense Teixeira Lott over his fear that Luz may support a plot to prevent President-elect Juscelino Kubitschek from taking office.

Foi também deputado federal constituinte em 1934, e presidente da Caixa Econômica Federal, entre 1939 e 1945.

Depois do Estado Novo filiou-se ao PSD. Foi ministro da Justiça no governo de Eurico Gaspar Dutra.

Assumiu a presidência da república por ser presidente da Câmara dos Deputados, em função do afastamento, por motivos de saúde, do presidente Café Filho, vice-presidente de Getúlio Vargas, que cometera suicídio no ano anterior (1954).

Presidente interino da República, de 8 a 11 de Novembro de 1955, tendo, deste modo, tornado-se o presidente do Brasil que ocupou a cadeira presidencial por menos tempo: apenas 4 dias.

Carlos Luz foi afastado desta função por um movimento militar denominado Movimento de 11 de Novembro, liderado pelo general Henrique Teixeira Lott.

Com o apoio do PSD, foi declarado o impeachment de Carlos Luz no Congresso Nacional, sob acusação de conspiração para não entregar o poder ao presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Carlos Luz estava a bordo do Cruzador Tamandaré para evitar qualquer represália em terra e seguir para Santos, onde seria feita a resistência. O navio foi alvo de disparos pela artilharia do exército, porém não revidou, devido a solicitação de Carlos Luz.

Na ocasião, o Cruzador Tamandaré era o navio mais bem equipado da Marinha do Brasil e caso revidasse teria provocado grande número de baixas.

A presidência foi, assim, entregue ao 1º Vice-presidente do Senado Federal, Nereu Ramos.

Yedo Fiuza, candidado a Presidente do Brasil em 1945, pelo Partido Comunista do Brasil.
Luiz Carlos Prestes, candidato a senador pelo PCB e Diógenes Arruda em comício em 1945.
Maurício Grabois e o Barão de Itararé. Sede nacional do Partido Comunista do Brasil no Rio de Janeiro-DF.

Mauricio Grabois começou a carreira política como militante da Juventude Comunista, a ala jovem do Partido Comunista do Brasil. Em 1934, aos 22 anos, já era a dirigente da entidade. Ingressando na Aliança Nacional Libertadora, uma facção do PCB que tentou a luta armada, ajudou a organizar a Intentona Comunista de 1935 e, após o fracasso da insurreição, editou clandestinamente o jornal 'A Classe Operária', que existe até hoje, e dirigiu Vitória, editora do partido PC do B. Foi preso no verão de 1941 e solto no ano seguinte.



Com a orientação do Komintern para que os partidos comunistas apoiassem os governos locais que lutassem contra o Eixo e a entrada do Brasil em 1943, na II Guerra Mundial do lado aliado, o PCB organizou a Conferência da Mantiqueira. A comissão organizadora do evento foi chefiada por Grabois. Na ocasião, foi eleito para o Comitê Central do partido.



A derrubada de Getúlio Vargas e a legalização do PCB levaram o partido a entrar na vida democrática institucional brasileira, e Grabois foi eleito deputado federal como companheiro de chapa de Prestes, eleito senador. Participou da Assembléia Constituinte de 1946 e liderou a bancada comunista, que tinha então 14 deputados - entre eles Jorge Amado. Também foi membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.


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