Tuesday, July 31, 2012

CARLOS MARIGHELLA

Maria Rita do Nascimento, baiana filha de escravos trazidos do Sudão, conheceu em Salvador o operário Augusto Marighella, imigrante italiano, recém chegado da região de Emília. Casaram-se e tiveram 7 filhos, entre eles Carlos Marighella, nascido em 5 Dezembro 1911.
Carlos Augusto Marighella.
Carlos Marighella 'fichado' pelo regime de Vargas - Junho 1939.
Líder comunista, vítima de prisões e tortura, parlamentar, autor do mundialmente traduzido "Manual do Guerrilheiro Urbano", Carlos Marighella atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre os anos 1930 e 1969, e foi considerado o inimigo número 1 da ditadura militar brasileira. Mas quem foi esse homem, mulato baiano, poeta, sedutor, amante de samba, praia e futebol, cujo nome foi por décadas impublicável? O filme, dirigido por sua sobrinha, é uma construção histórica e afetiva desse homem que dedicou sua vida a pensar o Brasil e a transformá-lo através de sua ação.
Carlos Marighella chega ao Rio de Janeiro após ser libertado pela anistia de abril de 1945.
cartão de filiação de Marighella ao Partido Comunista do Brasil.
Carlos Marighella discursa no Congresso Nacional no Distrito Federal em 1946.
Bancada Comunista Constituinte em 1946: Carlos Marighella, Luiz Carlos Prestes e Gregório Bezerra.

Fundado em 1922, o Partido Comunista Brasileiro conquistou a legalidade em janeiro de 1927. Poucos meses depois reverteram a medida e ficou proscrito até 1945, fim do 'Estado Novo' de Getúlio Vargas. Nas eleições de '45 seu candidato a presidência, Yedo Fiuza conquistou 10% dos votos e o Partido elegeu uma bancada com 14 deputados e 1 senador, Luiz Carlos Prestes. Em 1947, devido ao recrudescimento da Guerra Fria, o Presidente Truman dos EUA pressiona o presidente Dutra, e o partido é banido do Congresso (coisa que Truman não fez no país dele) e os mandatos de seus constituintes são cassados. Somente em 1979, com a Lei da Anistia, os comunistas voltam a se organizar, culminando na fundação do PT - Partido dos Trabalhadores e da legalização de todos os partidos políticos, incluindo aí o Partido Comunista do Brasil, conhecido como PC do B.
Marighella na redação do 'Jornal do Brasil' na Avenida Rio Branco, 118, Rio de Janeiro. 
Carlos Marighella em 1962, no Rio de Janeiro.
Carlos mostra onde a bala entrou. Na redação do 'Jornal do Brasil'. 
‎"Carlos Marighela, o "inimigo número um da ditadura militar", foi retratado pelo regime e órgãos de imprensa da época -  que servem o imperialismo até hoje - como um terrorista, um militante "radical e profissional", sem qualquer compaixão pelo ser humano e altamente perigoso. 

Em 1964, Marighella sofrera um atentado por policiais em plena sessão de cinema: oficiais invadem uma sala, atiram em Carlos Marighela, este sobrevive, resiste e é levado preso. Sua prisão e o relato da tentativa de assassinato pela repressão deram origem ao relato "Por que resisti a prisão", um documento político voltado à mobilizar a luta contra o regime. 

Assim sendo, todo esforço em criar a face do assassino cruel e desumano sinaliza alguma preocupação das autoridades acerca das possibilidades de Marigela credenciar-se como uma liderança ou mesmo um herói."  Texto: Paulo Marçaioli.

13 May 2019. 

1 9 6 9 

Um dos mais célebres momentos da luta armada contra a ditadura foi o sequestro do embaixador norte americano Charles Burke Elbrick, em 4 Setembro 1969. Numa ação orquestrada em conjunto pelos grupos MR8 e ALN, o sequestro foi comandado por Virgílio Gomes da Silva e resultou na libertação de 15 presos políticos, entre eles figuras ilustres como Gregório Bezerra, Onofre Pinto e José Dirceu. Os acontecimentos foram imortalizados no livro de Fernando Gabeira 'O que é isso, companheiro?', que viria a ser filmado por Bruno Barreto e no documentário de Silvio Darin Hércules. Exatamente 2 meses após o sequestro, Marighella foi encurralado e morto.

2008 - Campaign against the Act of Forgetting the Atrocities committed by the Military Dictatorship in Brazil after the enactment of AI-5 on 13 December 1968

Wednesday, July 11, 2012

CAFÉ FILHO 1954 - Mediocridade na Presidência

Com o suicídio de Getúlio Vargas, subiu à Presidência quem nunca sequer sonhara em ser o mandatário maior da Nação: Café Filho, um obscuro político do Rio Grande do Norte, que era parte da 'corriola' do 'coronel' político paulista Adhemar de Barros, representante da oligarquia do café. Adhemar, por ironia do destino, nunca conseguiria o que seu 'minion' tirou de letra: ser Presidente da República, mesmo sendo mediocre e inépto. 
Enterro do ex-presidente da Republica (1922-1926) Arthur Bernardes, que morreu em 24 Março 1955, exercedo o cargo de deputado-federal por Minas Gerais. A esquerda o deputado Carlos Luz, Presidente da Câmara dos Deputados e a direita Café Filho, Presidente da República.

Café Filho era 'cria' de Adhemar de Barros, que de-repente se viu alçado à Presidência da República devido ao suicídio de Getúlio Vargas, acossado pela vil U.D.N. 
João Fernandes Campos Café Filho 

* 3 Fevereiro 1899  em Natal-Rio Grande do Norte + 20 Fevereiro 1970 no Rio de Janeiro-RJ. 

Presidente do Brasil entre 24 Agosto 1954 e 8 Novembro 1955, quando foi deposto. 

Café Filho, educado em escola da Primeira Igreja Presbiteriana de Natal, trabalhou como jornalista e advogado, tendo participado da Aliança Liberal na campanha de 1930. Em 1933 fundou o Partido Social Nacionalista [PSN] potiguar, sendo eleito deputado federal em 1934 e 1945. 

Em 1946, entra para o Partido Social Progressista [PSP] fundado, em São Paulo, por Ademar de Barros, em junho de 1946. 

Em 1950 foi indicado para vice-presidência na chapa de Getúlio Vargas, fazendo parte do acordo feito por Adhemar de Barros para apoiar Getúlio.

Com o suicídio de Vargas, em 1954, assumiu a Presidência, exercendo o cargo até novembro de 1955, quando foi afastado do cargo por motivos de saúde, assumindo em seu lugar Carlos Luz, presidente da Câmara, logo em seguida deposto por tentar impedir a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek.

Seu governo foi marcado pelas medidas econômicas liberais comandadas pelo economista Eugênio Gudin.

Nas eleições presidenciais de 1955, o candidato Juarez Távora (UDN), apoiado por Café Filho foi derrotado por Juscelino Kubitschek (PSD), e pelo vice João Goulart (PTB). 

Sob a ameaça de golpe arquitetado pela UDN e uma ala do Exército, Café Filho manteve-se indiferente quanto ao respeito às instituições, o que levou o general Henrique Teixeira Lott, seu ministro da Guerra, a desferir um golpe de Estado preventivo para garantir a posse de Juscelino e a manutenção da democracia no Brasil.

Alegando questões de saúde, Café Filho licenciou-se do cargo de presidente da República alguns meses antes de Juscelino ser empossado, assumindo interinamente Carlos Luz, então presidente da Câmara. Por pressão do general Lott, Carlos Luz foi deposto e impedido de governar, assumindo a presidência interina Nereu Ramos, então vice-presidente do Senado, ocasionando um estado de sítio e impedimento de Café Filho. A exclusão dos golpistas apoiados pela UDN assegurou a posse dos já eleitos JK e Jango.
O golpista Carlos Luz não teve tempo nem para usar a faixa presidencial, pois foi deposto pelo Marechal Teixeira Lott,  em um golpe preventivo, para assegurar as posses do presidente eleito Juscelino Kubitscheck e o vice João Goulart. Carlos Luz foi presidente do Brasil por apenas 4 dias. 

11 Novembro 2015 - Há 60 anos Presidente Carlos Luz era deposto

por André Araújo em 11 Novembro 2015 no blog de Luis Nassif.

Há 60 anos, em 11 Novembro 1955, o Presidente Carlos Luz, 2o. na linha de sucessão como Presidente da Câmara dos Deputados, agora empossado na Presidência da República devido a doença do ex-Vice-Presidente Café Filho, era deposto por um contra-golpe preventivo do Ministro da Guerra, Marechal Henrique Teixeira Lott, considerando que Luz estava na conspiração visando impedir a posse de Juscelino Kubistchek, presidente eleito em 3 Outubro 1955 pela coligação entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Trabalhista (PTB), ambos herança de Getúlio Vargas. 

O grupo anti-Juscelino era grande e poderoso. Havia elementos na Aeronáutica, parte menor mas vociferante no Exercito, na UDN e seus satélites e anexos, na Grande Imprensa (sempre golpista) e no que se poderia rotular de 'forças conservadoras'. JK era tido como expressão do grupo getulista (PSD), tendo um vice-presidente do PTB (João Goulart), embora tenham sido eleitos em chapas separadas, pois naquele tempo votava-se separadamente para Presidente e Vice-Presidente.

Carlos Luz calculou mal seu próprio poder naqueles dias conturbados. Para facilitar o golpe contra a posse de JK mandou chamar o Ministro da Guerra, considerado adepto da legalidade constitucional e portanto pró-Juscelino e avisou que estava demitido, devendo entregar o cargo ao novo indicado, General Reformado Alvaro Fiúza de Castro. Marcou a transmissão de cargo para o dia seguinte, mas antes quis humilhar Lott e o deixou esperando na ante-sala do Palacio do Catete por duas horas.

Cada vez que a porta do gabinete presidencial abria Lott ouvia muitas risadas e barulho de copos de whiskey circulando.

À noite, o Marechal Odilo Denyz, liderança respeitada no Exercito, às 2 da madrugada bateu à porta de Lott, eram vizinhos, e convenceu-o a depor o Presidente Carlos Luz porque ele e seu grupo pretendiam impedir por alguma manobra a posse do Presidente eleito. Agent provocateur Carlos Lacerda bradava n' A Tribuna de Imprensa, que Juscelino era legado de Getúlio e não poderia governar e a imprensa golpista ecoava Lacerda, agitando e tumultuando o ambiente politico. O que faz hoje a TV Globo, jornalões de S.Paulo e revista Veja contra a Presidenta Dilma Rousseff.

Carlos Luz pensou que era o Rei da Cocada-Preta por 4 dias... até ser deposto pelo Marechal Lott num contra-golpe fulminante. A direita teria que esperar mais 9 anos para conseguir fazer - agora com a ajuda essencial dos USA - o que não conseguiu em 1955. 

Nas primeiras horas de 11 Novembro 1955, Lott cerca o Palácio do Catete e Carlos Luz foge para o cruzador Tamandaré, sendo a Marinha força ao lado dos conspiradores anti-democráticos. Lott chama o Presidente do Senado, Nereu Ramos, 3o. na linha de sucessão e lhe dá posse imediatamente. 

Carlos Luz e seu grupo, com Carlos Lacerda e lideranças da UDN embarcam no Tamandaré rumo à Santos-SP, esperando apoio do Governador Jânio Quadros, que sequer os atende. 

O contra-golpe de Lott triunfa e Nereu Ramos entrega a Presidência à Juscelino em 15 Janeiro 1956. 

Lott teve menos trabalho para depor o Presidente Carlos Luz do que um soldado teria para trocar o pneu de um caminhão do Exercito. 

Foi cunhada uma frase supostamente dita por Lott considerando o contra-golpe 'um retorno aos quadros constitucionais vigentes'; na realidade a frase fora dita por Otto Lara Rezende, intelectual amigo de Lott. Como consequência, Juscelino teve Lott como Ministro da Guerra do 1o. ao último dia de seu mandato, garantindo-lhe absoluta tranquilidade na área do Exercito (mas não da Aeronáutica).
Presidente do Senado Nacional, o catarinense Nereu Ramos, é empossado Presidente da República em 11 Novembro 1955. A farsa direitista de Carlos Luz & Carlos Lacerda chegara a um final melancólico (para eles, obviamente). 
Nereu Ramos foi presidente da República  de 11 Novembro 1955 a 31 Janeiro 1956: 2 meses e 21 dias. 
O catarinense Nereu Ramos transmite o cargo de Presidente da República ao mineiro Juscelino Kubischek, tendo ao lado o Vice-Presidente gaúcho, João Goulart em 31 Janeiro 1956.
Café Filho, o calvinista potiguar aético, com a atriz Dulcina de Moraes, quando ainda achava que podia se aliar a golpistas anti-democráticos e tudo acabaria bem... Ele só não contava com a presença decisiva do Marechal Lott. 
dona Leonor Mendes de Barros em tempos jovens. Leonor foi sempre companheira fiel de seu ladino marido Adhemar

Friday, July 6, 2012

EURICO GASPAR DUTRA 1946 Presidente


O novíssimo Presidente Dutra em seu escritório, na capa da revista Carioca de 2 Fevereiro 1946.


Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sendo o candidato apoiado por Getúlio Vargas, e venceu as eleições de 2 de Dezembro de 1945, com 3.351.507 votos, superando, à direita, Eduardo Gomes da União Democrática Nacional (UDN) e , à esquerda, Iedo Fiúza do Partido Comunista do Brasil (PCB).

Para vice-presidente, a escolha recaiu sobre o político catarinense Nereu Ramos, também do PSD, eleito pela Assembléia Nacional Constituinte de 1946. Quando Dutra foi eleito presidente, ainda estava em vigência a constituição de 1937, que não previa a figura do vice-presidente.

Dutra assumiu o governo em 31 de Janeiro de 1946, juntamente com a abertura dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade. O pacto constitucional surgiu do entendimento dos grandes partidos do centro liberal, o PSD e a UDN, embora ali tivessem assento atuantes bancadas de esquerda, como as do Partido Comunista do Brasil - PCB  e PTB. Dutra não interferiu nas decisões, mesmo quando teve seu mandato reduzido de seis para cinco anos, pois fora eleito na vigência da Constituição de 1937 que previra mandato de 6 anos.

O quinquênio presidencial, que começara com a proibição do jogo no Brasil - abril de 1946, entraria no ano de 1948 em sua fase mais característica, marcada pelo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou os mandatos dos parlamentares eleitos pelo PCB - 1947, e depois pela ruptura de relações com a União Soviética em 1948.

Era a Guerra Fria, capitaneada pelos Estados Unidos, dividindo o mundo entre 'comunistas' e 'capitalistas'... O governo de Dutra se pautou pela total aderência ao 'credo' norte-americano. 




Heitor Muniz, diretor da 'Carioca' escreve um editorial esperançoso em relação ao novo Presidente. Mal sabia que o General Dutra seria um pusilânime fantoche nas mãos da Reação nacional e do agressivo Imperialismo norte-americano.


A cara do govêrno do General Dutra: na Justiça, Carlos Luz, futuro golpista;  Neto Campello na agricultura; brigadeiro Armando Trompovski na aeronáutica; o bahiano Hildebrando de Góis como prefeito.


Ministros do govêrno Dutra:  industrial Gastão Vidigal [SP] representa a oligarquia paulista na Fazenda [economia]; o gaúcho João Neves, ex-embaixador em Portugal, no ministério do Exterior; cel. Edmundo Macedo Soares na Viação [?]; Octacílio Negrão de Lima [antigo prefeito de Belo Horizonte-MG] no Trabalho; General Góis Monteiro no ministério da Guerra; almirante Dodsworth Martins na Marinha.


No ministério da Educação o sr. Souza Campos; chefe da Casa Civil o dr. Alfredo Monteiro e na Casa Militar o gal. Alcio Souto.

Cinco ministros militares entre os 14 postos. Isso implica que um terço do governo era composto de militares, mais o chefe de estado, General Dutra. Não aparece me foto o dr. Pereira Lira, no Departamento Federal de Segurança Pública. 


Luz headed the government only two days in November 1955 and was deposed by the Minister of Defense Teixeira Lott over his fear that Luz may support a plot to prevent President-elect Juscelino Kubitschek from taking office.

Foi também deputado federal constituinte em 1934, e presidente da Caixa Econômica Federal, entre 1939 e 1945.

Depois do Estado Novo filiou-se ao PSD. Foi ministro da Justiça no governo de Eurico Gaspar Dutra.

Assumiu a presidência da república por ser presidente da Câmara dos Deputados, em função do afastamento, por motivos de saúde, do presidente Café Filho, vice-presidente de Getúlio Vargas, que cometera suicídio no ano anterior (1954).

Presidente interino da República, de 8 a 11 de Novembro de 1955, tendo, deste modo, tornado-se o presidente do Brasil que ocupou a cadeira presidencial por menos tempo: apenas 4 dias.

Carlos Luz foi afastado desta função por um movimento militar denominado Movimento de 11 de Novembro, liderado pelo general Henrique Teixeira Lott.

Com o apoio do PSD, foi declarado o impeachment de Carlos Luz no Congresso Nacional, sob acusação de conspiração para não entregar o poder ao presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Carlos Luz estava a bordo do Cruzador Tamandaré para evitar qualquer represália em terra e seguir para Santos, onde seria feita a resistência. O navio foi alvo de disparos pela artilharia do exército, porém não revidou, devido a solicitação de Carlos Luz.

Na ocasião, o Cruzador Tamandaré era o navio mais bem equipado da Marinha do Brasil e caso revidasse teria provocado grande número de baixas.

A presidência foi, assim, entregue ao 1º Vice-presidente do Senado Federal, Nereu Ramos.

Yedo Fiuza, candidado a Presidente do Brasil em 1945, pelo Partido Comunista do Brasil.
Luiz Carlos Prestes, candidato a senador pelo PCB e Diógenes Arruda em comício em 1945.
Maurício Grabois e o Barão de Itararé. Sede nacional do Partido Comunista do Brasil no Rio de Janeiro-DF.

Mauricio Grabois começou a carreira política como militante da Juventude Comunista, a ala jovem do Partido Comunista do Brasil. Em 1934, aos 22 anos, já era a dirigente da entidade. Ingressando na Aliança Nacional Libertadora, uma facção do PCB que tentou a luta armada, ajudou a organizar a Intentona Comunista de 1935 e, após o fracasso da insurreição, editou clandestinamente o jornal 'A Classe Operária', que existe até hoje, e dirigiu Vitória, editora do partido PC do B. Foi preso no verão de 1941 e solto no ano seguinte.



Com a orientação do Komintern para que os partidos comunistas apoiassem os governos locais que lutassem contra o Eixo e a entrada do Brasil em 1943, na II Guerra Mundial do lado aliado, o PCB organizou a Conferência da Mantiqueira. A comissão organizadora do evento foi chefiada por Grabois. Na ocasião, foi eleito para o Comitê Central do partido.



A derrubada de Getúlio Vargas e a legalização do PCB levaram o partido a entrar na vida democrática institucional brasileira, e Grabois foi eleito deputado federal como companheiro de chapa de Prestes, eleito senador. Participou da Assembléia Constituinte de 1946 e liderou a bancada comunista, que tinha então 14 deputados - entre eles Jorge Amado. Também foi membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.